Autores : Giovanna (Admin) , Breno, Vinicius, i$@¢ e Marie L'amour

quinta-feira, 14 de julho de 2011

[CRÍTICA] Harry Potter e a Ordem da Fênix



Por Breno Buswell Braga

Quando o diretor Mike Newell - responsável por "Cálice de Fogo" - recusou o convite de continuar na série, os produtores David Heyman e David Barrow virão-se no meio da árdua tarefa de achar um substituto para a cadeira de diretor de uma das franquias mais rentáveis da história do cinema. O escolhido foi David Yates, diretor que até então era apenas conhecido pelos seus premiados trabalho na televisão inglesa. Seu trabalho seria o de reformular a série "Harry Potter", a pondo no sombrio caminho que levaria até o seu tão aguardado desfecho. Ele ele fez isso de modo brilhante, sendo que se não fosse pela presença de Daniel Radcliffe, dificilmente seria possível adivinhar que as cenas iniciais de "Harry Potter e a Ordem da Fênix" fazem parte da série adaptada da obra de J.K. Rowling.


O apuro estético - o contraste das cores, a movimentação de câmera, o enquadramento - do começo do filme chega a ser chocante. Passado o choque inicial, incluindo aí sustos verdadeiros graças ao ataque dos Dementadores, o filme retoma a estética consagrada da série, mas não o seu tom. Esqueça a criançada boazinha que estava aprendendo a atuar nos filmes anteriores. Sabiamente, Yates decidiu mudar o foco que os outros filmes tiveram. Ao invés de perder tempo filmando todo a fascínio que o mundo mágico pode oferecer - com suas criaturas mágicas, cenários grandiosos e feitiços mirabolantes - Yates prefere focar o seu filme nas emoções dos personagens, fazendo com que "Ordem da Fênix", em comparação aos filmes anteriores, seja um imenso avanço para o desenvolvimento dos personagens principais e secundários, assim como os seus respectivos atores. Yates é excelente diretor de atores e extrai dos jovens protagonistas momentos inspirados.Rupert Grint (Ron Weasley) não é mais o palhaço, Emma Watson (Hermione Granger) parou de ser apenas um rosto bonito. Os jovens, agora líderes de sua geração, sofrem de verdade - física e emocionalmente.

Dos atores secundários, o destaque mais uma vez vai para Alan Rickman, o eterno Severo Snape, que a cada filme melhora sua atuação como o professor de poções, transformando Snape em um dos melhores da série e talvez, da história do cinema. Mas também a espaço para que os sempre excelentes Michael Gambon e Ralph Fiennes brilhem na pele do diretor de Hogwarts Alvo Dumbledore e do lorde das trevas Voldemort, respectivamente. As principais adições ao elenco são Imelda Staunton, que vive magistralmente a retrógrada professora Dolores Umbridge - a grande vilã do episódio -, e a estreante Evanna Lynch, como a misteriosa Luna Lovegood.


A direção de arte e os efeitos especiais continuam, sempre melhorando a cada filme. Outra novidade é o compositor Nicholas Hooper, que utiliza apenas pequenos trechos do tema original de John Williams, o que distancia ainda mais este filmes dos demais e sedimenta a impressão de novo momento para a série.

Com todas essas qualidades, o filme possuí um defeito grave. Infelizmente, Steve Kloves, roteirista dos filmes anteriores, decidiu não roteirizar esse quinto episódio, para poder descansar e passar um tempo com a família. Para ocupar sua vaga, foi chamado o inexperiente e inexpressivo Michael Goldenberg. Seu trabalho era o de adaptar o maior livro da saga de J.K. Rowling, e o resultado foi insatisfatório. Além de ser uma péssima adaptação do livro de origem - cortando as melhores cenas e vários detalhes que futuramente seriam importantes - o roteiro de Goldenberg tem um péssimo andamento e um ritmo inconsistente, pondo humor onde ele não deveria existir.


O péssimo roteiro de Goldenberg poderia facilmente acabar com o filme, mais graças ao talento de David Yates, isso não acontece. Yates, que filma de maneira bem simplista - algo que foi criticado por uns, mas agradou a maioria dos críticos e do público, inclusive a mim - consegue dar as cenas dramáticas o peso necessário para que o espectador entre na história, se identifique com os personagens e sofra junto com eles. Mas não se engane. Em meio a todo esse clima sombrio e voltado às relações entre os personagens, Yates não economiza nos efeitos especiais - que ele domina surpreendentemente bem - e o clímax é intenso e repleto de ação, sendo que o duelo final entre Dumbledore e Voldemort no átrio do Ministério da Magia é forte, inesquecível e épico.


2 comentários:

  1. Achei a crítica maravilhosa! É um prazer ter você no blog, seus textos são espetaculares! Parabéns!!!!

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  2. Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum, eu sei qual é o prazer!!! HASUAUSHAUSHUASHUAHS

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