Autores : Giovanna (Admin) , Breno, Vinicius, i$@¢ e Marie L'amour

segunda-feira, 13 de junho de 2011

[CRÍTICA] X-MEN - PRIMEIRA CLASSE




Por Breno Buswell


Há dez anos atrás, um jovem diretor chamado Bryan Singer sonhava em levar para as telas as aventuras do grupo de mutantes criados por Stan Lee no início da década de sessenta.
Acontece que, depois do fracasso dos filmes de Superman e Batman no final dos anos 80 e 90, ninguém mais botava fé em filmes de super-herói e Hollywood, aparentemente, havia desistido de adaptar HQ's para o cinema. Isso fez com que a FOX, responsável pelo projeto, fizesse de tudo para atrapalhar filme, inclusive adiantar sua data de estréia em 6 meses.
Mas, felizmente, Singer conseguiu fazer um excelente trabalho. Com um ótimo elenco e um roteiro recheado de críticas sociais, "X-Men - O Filme" fez um grande e merecido sucesso, revitalizando na mente dos produtores o gênero de filmes baseados em quadrinhos.
Três anos depois, e com muito mais tempo e dinheiro, Singer entregaria para o mundo "X-Men 2", um excelente filme que superava, em todos os aspectos, o filme anterior.




Mas acontece que, quando a Warner Bros. anunciou que pretendia fazer um novo filme do Superman, Singer se candidatou a vaga, abandonando a franquia que havia iniciado.
Para preencher a vaga deixada por Singer, a FOX contratou o inexpressivo Brett Ratner, que teve apenas 100 dias pra concluir seu filme. O resultado foi "X-Men: O Confronto Final", um filme morno que, apesar de ser divertido, fica muito aquém dos seus dois antecessores.
Foi só em 2009 que a FOX resolveu ressuscitar a franquia "X-men", mas ao invés de continuar de onde o terceiro filme acabou, a produtora decidiu contar a origem do personagem de maior destaque na série: Wolverine. Tudo indicava que seria um grande filme, que abriria espaço para uma nova série envolvendo o personagem, mas não foi bem assim. Dirigido por Gavin Hood - que embora talentoso, é tão inexpressivo quanto Ratner - "X-Men Origens: Wolverine" é constrangedor do início ao fim, sendo que nem o carisma de Hugh Jackman slava o filme do total fracasso.



Após esse fracasso, a franquia "X-Men" parecia ter finalmente morrido.
Até que um milagre acontece, fazendo com que Bryan Singer voltasse para por a franquia nos eixos. Junto com os roteiristas Ashley Miller, Zack Stentz e Jane Goldman e o talentoso diretor Matthew Vaughn, Singer comprou o desafio de, não continuar a história de onde ela havia parado, mas sim contar o início da história, de como Charles Xavier e Erik Lehnsher se conheceram e como sua amizade acabou e se eles se tornaram grandes inimigos.
O resultado, por incrível que parece, é excelente. Não só "X-Men - Primeira Classe" é o melhor da franquia como também um dos melhores filmes baseados em histórias em quadrinhos de todos os tempos.



Um dos principais trunfos do filme é, com certeza absoluta, a dupla de protagonista. Enquanto James McAvoy interpreta um Professor Xavier bem diferente do personagem de Patrick Stewart, mas não menos brilhante, Michael Fassbender entra de corpo e alma no personagem que ficou famoso nas mãos de Ian Mckellen: o mutante terrorista Magneto.
O mais impressionante na atuação de Fassbender é como ele consegue passar um mundo de emoções com apenas um olhar, sem precisar de exageros ou "overacting". Seu Magneto não é simplesmente um cara mau; é apenas alguém com fantasmas em seu passado, que decide focar toda sua raiva e seu ódio numa vingança contra os nazistas que o prenderam, o torturaram e mataram sua família. Essa obsessão doentia poderia ficar ridícula nas mãos de um inexperiente, mas nas mãos de Fassbender e do diretor Matthew Vaugh, essa história se torna crível para o espectador, criando um forte elo emocional entre a audiência e o personagem.
Mas um filme de super-herói não está completo sem um vilão, e nessa caso ele é interpretado por ninguém mais, ninguém menos que Kevin Bacon, que entrega ao público outra brilhante interpretação como Sebastian Shaw.




Como todo o foco do filme foi direcionado pra o trio acima citado, os personagens secundários acabam perdendo o destaque que deveriam ter, sendo essa uma das poucas falhas que há no roteiro. Tirando a Mística e o Fera, o restante dos X-Men tem pouco desenvolvimento durante a trama. Já os capangas de Shaw - Emma Frost, Azazel e Maré Selvagem - não tem nenhuma boa linha de diálogo (na verdade eles mal falam), parecendo que eles só estão no filme para lutar contra os heróis no final.
Já como os pontos altos do filme - além do trio de atores principais - podemos citar o visual e a trilha sonora a lá James Bond, que homenageia os filmes de espionagem dos anos 60, época em que o filme se passa.



Outro fato curioso que deve ser apontado é que, com a volta de Bryan Singer para a série, existe também a volta da questão do preconceito contra os mutantes, que havia sido abrandado no terceiro filme e totalmente ignorado no filme solo do Wolverine. Essa era uma característica que Singer havia trazido dos quadrinhos para os filmes, e que fora abandonada com a sua saída da série.




No final das contas, a direção arrojada e inusitada de Matthew Vaugh, a história bem desenvolvida por Bryan Singer e as fortes atuações de James McAvoy, Michael Fassbender e Kevin Bacon tornam esse, não só o melhor de todos os filmes da franquia "X-Men", como também um dos melhores filmes década. Nota máxima.




Se quiserem saber mais sobre minhas críticas ou sobre cinema em geral, é só me seguir no twitter: @breno_buswell


Um comentário:

  1. Adorei a crítica! Vi o filme e realmente é muito bom!!!

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