Autores : Giovanna (Admin) , Breno, Vinicius, i$@¢ e Marie L'amour

segunda-feira, 20 de junho de 2011

[CRÍTICA] O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel






Em 1954, um respeitado professor de anglo-saxão da Universidade de Oxford, chamado J.R.R Tolkien, viria a lançar aquele que, no futuro, seria conhecido como o melhor livro de fantasia de todos os tempos. "O Senhor dos anéis", originalmente planejado pelo seu autor como uma única e gigante obra de 1.200 páginas, acabou sendo quebrado, por causa de custos de produção, em três volumes: A Sociedade do Anel; As duas Torres e O Retorno do Rei. Mas isso não impediu o enorme sucesso da obra, que hoje é o 8º livro mais vendido da história, se tornando uma verdadeira referência cultural e criando uma legião massiva de fãs.


Com um sucesso astronômico como esse é lógico que Hollywood cresceria o olho sobre o livro. Durante várias décadas, inúmeras tentativas de adaptar os livros para a tela grande foram feita - inclusive, no início dos anos 60, os próprios Beatles compraram os direitos para fazer o filme, sendo que John Lennon ficaria com o papel do Góllum - mas todas fracassaram. Mas não é para menos, afinal o livro, que demorou 12 anos para ser escrito, é extremamente complexo, com milhares de personagens e situações e uma grande riqueza de detalhes.

Acontece que, no final dos anos 90, um jovem cineasta chamado Peter Jackson decidiu transformar o seu sonho da adaptar os livros para o cinema em realidade. A tarefa era ingrata e o fanatismo que envolve O Senhor dos Anéis meteria medo em muito diretor de prestígio em Hollywood. Num golpe que demonstra toda a audácia do projeto, Jackson conseguiu convencer os engravatados da New Line Cinema a abrirem os cofres. Com US$ 300 milhões nas mãos, ele conseguiu reunir um elenco sem estrelas de cachês exorbitantes, mas muito experiente e difícil de ser criticado. Usando sempre o argumento de que queria ser fanaticamente leal à obra, Jackson convenceu os atores (e também fãs) a filmar toda a trilogia de uma só tacada. Foram 15 meses (um filme normal leva em média 4 meses) na longínqua, porém riquíssima em cenários naturais Nova Zelândia, terra natal do diretor. O resultado de tanto esforço, não só resultou num excelente filme, como também numa verdadeira obra-prima, que mudaria para sempre a história do cinema.


Era a primeira vez que três filmes inteiros eram filmados sem um intervalo entre eles. (Antes disso, me lembro apenas de De Volta para o Futuro 2 e 3 e Matrix 2 e 3, que também usaram o mesmo recurso.) E esta idéia, apesar de beirar a insanidade (afinal atores geralmente carregam egos inflados), foi a mais acertada. Os personagens vão ganhando experiência de acordo com o andamento dos acontecimentos, o que acontece também com os atores. Isso sem contar as quantias que cada um deles pediria para repetir o papel.


Howard Shore é um dos mais importantes compositores de filmes do mundo na atualidade, tendo composto trilhas para mais de 60 filmes, incluindo Seven, Alta Fidelidade, Ed Wood, Uma Babá Quase Perfeita, entre outros títulos importantes. Jamais havia ganho um prêmio. Para Sociedade do Anel, Shore fez uma trilha vibrante, que cresce à medida que o tempo passa. Embora o tema do filme não seja tão incrível quanto o que John Williams fez para Star Wars (talvez este nunca seja superado), o tema de Sociedade do Anel (que também será usado nos outros dois filmes) é marcante, belíssimo e merecedor do Oscar que ganhou.


E de ruim? O que o filme apresenta? Há alguns pontos negativos, claro. Embora as interpretações, efeitos especiais e direção sejam primorosas, o filme sofre principalmente de uma lentidão bastante razoável depois da cena clímax, que ocorre em Moria (o Troll e o Balrog). Mas como esta é uma adaptação, o diretor é obrigado a seguir a história o máximo possível, e o ritmo visto após Moria acaba chateando muitos dos espectadores que não têm uma afinidade (ou “afãnadade”) com a história, por ser muito lento. Essa é a maior reclamação de todos em relação ao filme, mas não é o suficiente para torná-lo menos importante, épico e maravilhoso.



Indicado a 9 Oscars - dos quais ganhou apenas 4 - "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" é uma das maiores e mais épicas super-produções já feitas em Hollywood. Tudo é perfeito nessa incrível obra de arte comandada por Peter Jackson, desde o bem desenvolvido roteiro até as brilhantes atuações de todo elenco. Um magnífico começo para uma das melhores trilogias já feitas na história do cinema. Obra-prima!



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