Autores : Giovanna (Admin) , Breno, Vinicius, i$@¢ e Marie L'amour

terça-feira, 27 de setembro de 2011

[REVIEW] Rock In Rio 2011 - Dia 25




Após o 1° dia de pop e o 2° dia de rock, chega o dia do metal. Esperado por muitos, o dia mais negro do Rock in Rio trouxe grandes nomes do Heavy Metal e consequentemente 100000 pessoas na Cidade do Rock.





A grande atração do palco Sunset foi o Sepultura e os franceses do Tambour du Bronx que apesar do atraso de 1h e 15 min, fecharam com uma apresentação bem diferente. A combinação do metal de Derrick Green, Andreas Kisser, Jean Dolabella e Paulo Jr, com os tambores industriais do grupo de mais de 17 integrantes resultou em um som diferente de tudo o que rolou pelo Rock in Rio.

Nota: 8,5





O palco teve sua abertura com a banda paulistana Gloria, que com o atraso do Sepultura, as duas bandas tocaram simultaneamente, e a banda acabou perdendo a "briga" com os mineiros sendo vaiada durante quase todo show, embora a boa apresentação.

Adeptos do gênero Screamo, que reúne elementos do emo e hardcore com influências do metal, a abertura com "É Tudo Meu" e "Vai Pagar Caro Por Me Conhecer" foi recebida com vaias. No meio da apresentação, com a execução de um cover de "Domination Walk", do Pantera, e um excelente solo de bateria de Elloy, mais novo integrante da banda, eles começaram a mudar a forma como parte do público reagia, mas este não deu trégua quando retomaram suas canções próprias.

Os paulistanos ignoraram as vaias, e comemoraram o fato de abrir a noite metal do festival, destaque para as comemorações efusivas e cheias de palavrões do vocalista 'Mi'. "Vocês são foda, o público do metal é muito fiel", afirmou Mi, antes de deixar o palco.Ficou aparente o esforço do grupo para agradar, apesar de não ter tirado o público do tédio.

Nota: 6





A segunda banda a se apresentar foi Coheed and Cambria, mesmo sendo claramente desconhecido pela grande maioria do público, o grupo americano conquistou a admiração da plateia pela sua qualidade técnica. Solos velozes de guitarra, músicas cheias de mudanças de andamento e complicadas viradas de bateria marcaram o show. O público não chegou a ficar empolgado de verdade, dando sequência ao clima de dispersão que dominou a plateia no show do Gloria, mas aplaudiu com respeito.

A multidão metaleira só se entregou quando o grupo atacou com um cover de "The Trooper", do Iron Maiden, que teve seu refrão cantado em coro.

A partir daí, a sucessão de músicas só terminou com "Welcome home", que foi saudada com entusiasmo no ponto final do show.

Contudo foi o show mais apático do Rock in Rio por não ter recebido vaias e nem muitos aplausos(afinal, vaiar americano é pecado no metal nacional)e enfim, chegamos a seguinta questão: O brasileiro tem mais respeito com o metal gringo? Rola preconceito com som nacional?

Nota: 7




Em seguida, vieram os 'coroas' do Motörhead, lenda do rock, quando o veterano Lemmy Kilmister tocou os primeiros acordes de sua guitarra, no entanto, a massa metaleira fez valer o ingresso, pediu bis e cantou do começo ao fim os clássicos do Motörhead que foi recebido com louvor e respeito.

“Iron fist” já tirou os metaleiros do chão, com Lemmy em seu traje tradicional. A voz do sujeito é tão rouca que, em diversos momentos, quem cuidava da comunicação com o público era Campbell, já que o fundador do Motörhead não raramente se tornava incompreensível.

Barulhentos, não é a toa que são a segunda banda mais alta do mundo, a banda interagiu com as pessoas que desciam pela tirolesa montada em frente ao palco e desafiou: "há 35 anos estamos tentando achar a plateia mais barulhenta". Os fãs responderam à altura e ganharam "Over The Top".

Nota-se em clássicos como a obrigatória "Ace of Spades", "In The Name of Tragedy" e "Going to Brazil" --essa última que fala sobre as vindas da banda ao país e que Lemmy dedicou "especialmente" ao público brasileiro.

No encerramento do show, Lemmy então convocou reforço, Andreas Kisser, do Sepultura. Catarse coletiva. Em “Ace of spades” e a enfurecida “Overkill”, Kisser e os integrantes do Motörhead maltrataram os tímpanos mesmo dos que estavam mais distantes do palco.

Nota: 9




Logo após entra a banda Slipknot no palco Mundo que fez da apresentação um festival de violência sonora. Começando, é claro, pelo próprio visual dos integrantes, que pareciam ter saído de diferentes filmes de terror. O vocalista Corey Taylor, por exemplo, lembrava um dos assassinos do "Massacre da Serra Elétrica". Segundo ele, o show foi o com maior público da história da banda, cuja última passagem pelo Rio foi há seis anos.

Se Katy Perry apresentou um sonho de menina, o Slipknot veio com um sonho (ou pesadelo) de menino. No caso, um menino um pouco perturbado, que assistiu a muitos filmes de George Romero e Wes Craven.

Com uma superprodução que incluiu fogos, elevadores e muita, mas muita presença de palco. O grupo foi capaz de implementar a dispersão zero na Cidade do Rock, uma compenetração ainda maior do que a vista no show do Red Hot Chili Peppers, na noite de sábado.

O setlist passeou por todos os álbuns do grupo. Foi o clímax do evento pra galera que quer ver clássicos a todo custo, já que foi tocada apenas uma música do disco mais recente, 'All Hope Is Gone', e o resto do setlist ficou todo por conta dos trabalhos gravados de 2004 pra trás. 'Wait and Bleed', 'Spit It Out', 'Left Behind' e 'Duality' foram os momentos de maior frenesi na pista e nas danças eletrizantes dos percussionistas. "Oh my fucking God!", dizia Corey Taylor, inconformado.

Os mascarados de Iowa mostraram porque são um dos nomes mais expressivos do movimento nu metal. Num show onde misturam seu pesadíssimo som com uma encenação teatral repleta de bizarrices onde o cantor, aliás, mostrou-se emocionado em diversas partes da apresentação, chegou a fazer o o público "sentar" (para depois pular) e o DJ Starscream chegou a pular da estrutura da house mix (lugar onde ficam os técnicos de som), de uma altura de quase 4m de altura - ele caiu de costas para o público, que o segurou e com direito até a bateria giratória.

O show,aliás, foi o primeiro da banda no Brasil sem o baixista Paul Gray, morto no ano passado após sofrer uma overdose acidental de morfina. Assim, com o sentimento de saudade, eles se abraçaram no fim da apresentação.

Contudo, o Slipknot levou seus fãs à loucura, mostrando que são muito eficientes naquilo que se propõem a fazer e deixando uma performance memorável no Rock in Rio.

Nota: 10000000





A útima banda e a mais esperada da noite foi o Metallica, com a responsabilidade de encerrar o primeiro final de semana do festival. A banda liderada por Lars Ulrich e James Hetfield subiu ao Palco Mundo à 1h15 ao som da tradicional introdução de "The Ecstasy of Gold", de Ennio Morricone, para emendar os clássicos "Creeping Death" e "For Whom the Bell Tolls", ambas de "Ride the Lightning", disco de 1984 --o mesmo início do DVD ao vivo "Orgulho Paixão e Glória".

De volta ao Brasil depois de um ano e meio, o Metallica comandou um exército de cem mil fãs no show da turnê de "Death Magnetic", disco de 2008 responsável por recolocar a América do Sul no mapa da banda. Mas o que regeu as mais de duas horas de apresentação foram mesmo os clássicos, quase todos lançados até 1991, ano de seu famoso "álbum preto".

Os hinos do Metallica vieram metralhados em "Fade To Black, "Sad But True", "Master of Puppets", "Nothing Else Matters", "One" (introduzida por uma sequência de fogos de artifício e lança-chamas no palco) e "Enter Sandman", que foi introduzida pelo guitarrista Kirk Hammett tocando um verso de "Samba de Uma Nota Só", de Tom Jobim.

Ainda coube homenagem a Cliff Burton, o membro do grupo que morreu em 27 de setembro de 1986, em acidente com o ônibus da banda na Suécia. “Você está conosco em espírito e no nosso coração, Cliff”, disse Hetfield em referência ao ex-baixista do Metallica. No fim, a banda recebeu uma bandeira com o rosto de Burton, trazida por fãs.

Assim o Metallica comandou um verdadeiro exército de fãs, que se manifestava com punhos ao alto e coros em uníssono. No fim do show, eles fizeram um suspense. Deixaram o palco, com gritos dos fãs, mas retornaram para cantar "Seek and destroy" e levar a multidão ao delírio completo, com bolas pretas gigantes jogadas ao público e (mais) fogos de artifício para um dos melhores shows do primeiro final de semana do festival.

Nota: 100

Um comentário:

  1. òtimo post. Slipknot realmente arrasou, queria muito ter visto ao vivo.

    ResponderExcluir