
A Cidade do Rock depois de 3 dias parada voltou com tudo ontem, animando com muito MPB, pop, funk e soul.

A grande atração do Palco Sunset foi a britânica Joss Stone cativou de imediato o público, que a aguardava desde o início da tarde. A cantora esbanjou carisma, que por sinal foi eleita a musa do dia, e comandou o show com espontaneidade e a levada do conhecido soul que a consagrou.
O show começou com uma introdução jazzística de trompete tocada por um integrante de sua banda. Joss entrou ao palco segurando dois balões roxos, que também foram distribuídos para parte da plateia. A britânica abriu a apresentação com You Had Me, mostrando sua boa voz para o público brasileiro. Nos trechos instrumentais, provocava reações do público dançando e sorrindo para o público.
Carismática, a cantora não mostrou um discurso ensaiado e conversou informalmente com a plateia. Antes da música Karma, pediu ajuda do público, pois "costuma esquecer algumas palavras". Entre uma música e outra, improvisava, solfejando a canção que viria na sequência.
Creditada como atração principal do Sunset, o palco secundário do Rock in Rio, Joss Stone recebeu uma grande massa de pessoas no local. Em comparação com as outras noites, poucos permaneceram na região do palco Mundo para guardar lugar para as atrações seguinte.
Nota: 10

O Palco Mundo tem a abertura com Rogério Flausino, Pitty e os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira que fizeram uma homenagem à banda Legião Urbana durante apresentação no festival do Rock in Rio na noite desta quinta-feira. Os cantores estavam acompanhados de Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, companheiros de Renato Russo.
Os hits "Ainda É Cedo" e "Que País É Este" foram as primeiras músicas tocadas pela orquestra enquanto fotos de Renato foram exibidas no telão ao fundo do placo. O público cantou junto em todos os momentos. Toni Platão cantou a melosa “Quando o sol bater na janela do seu quarto”. A cada pequeno intervalo, gritos de “uhu, é Legião, uhu, é Legião”.
Herbert Vianna veio com “Será?”, um dos momentos mais emocionantes. Depois, todos juntos, entoaram “Pais e Filhos”, que para uns é hino e para outros uma das músicas mais enjoadas da MPB. A plateia cantou o refrão a plenos pulmões, jogando os braços para um lado e para o outro. Vestidos com a camisa que leva o rosto do filho de Cissa Guimarães, exatamente como fez o Red Hot Chili Peppers no sábado passado.
No fim, ninguém parecia satisfeito. O público queria mais. Tarefa difícil é saciar os fãs órfãos de Renato, tendo na memória outros tantos sucessos ainda hoje tão atuais.
Nota: 10

Em seguida veio a primeira atração internacional no Palco Mundo, Janelle Monáe, que foi a aposta mais ousada do Rock in Rio 2011. E ela não decepcionou. Pelo contrário. Brilhou! A estrela do soul pop fez show dançante e impecável na noite desta quinta-feira, 29, no Palco Mundo da Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. O show começou às 20h15, com o público um pouco desconfiado por ela não ser muito conhecida no Brasil.
O show começou em velocidade máxima. Depois de uma rápida introdução, ela cantou três de seus maiores sucessos em seguida e sem pausas: "Dance or Die", "Faster" e "Locked Inside". Em um momento performático, o cantora pintou uma mulher nua de costas durante a música Mushrooms and Roses. Mas a empolgação veio no instante descrito no setlist como "clímax", com o cover de I Want You Back, do Jackson 5. Janelle encarnou Michael Jackson criança, alcançando as notas do hit gravado no fim dos anos 1960 e com direito a 'moonwalk', de Michael Jackson.
Para finalizar o show, a artista guardou outros dois sucessos: "Cold War" (a mais aplaudida do show) e "Tightrope", em que ela mostrou que, além de cantar muito bem, é uma grande dançarina. A apresentação terminou com uma longa versão de "Come Alive (War of the Roses)", em que a cantora, deitada no palco, pediu para a plateia seguir seu exemplo e se abaixar. E o público atendeu ao pedido.
Ainda final, a cantora brincou de cavalinho, subiu em cima de um dançarino e saiu em disparada pelo corredor que separa a primeira fila do público do Rock in Rio, e ainda desce de tirolesa. E foi dessa maneira que resolveu sair do palco, aplaudidíssima.
Nota: 10

A terceira atração da noite foi a norte-americana Ke$ha assumiu o palco Mundo com seu visual robótico - um bom reflexo de sua música, já que nada parece orgânico ali.
No palco, Kesha faz um show visual e não musical. Ela segura a guitarra, faz acordes, mas nada se ouve dali (oposto até de sua "concorrente" Katy Perry, cuja banda atua bastante ao vivo). Ela pega uma baqueta e bate forte no bumbo, mas quando para, o som continua, vindo das programações eletrônicas. Faz caras e caretas no palco, mas o que se ouve é somente o auto-tune (recurso eletrônico que corrige variações da voz em tempo real). Quando fala realmente ao microfone, sem filtros, o que se escuta são estridentes berros em busca de animação do público. "Rio, vim para fazer uma festa", disse.
O público do Rock in Rio pôde ver a cantora quebrando uma guitarra, batendo-a com força no chão. Também acompanhou a pop-star bebendo um líquido vermelho, bem parecido com sangue, mas de mentirinha. Ela ainda fez danças sensuais para seus dançarinos, com coreografias ousadas. Deu piruetas, dançou com um homem vestido de dinossauro, fingiu fazer amor com dançarinos que usavam andadores.
"Esta é até o momento a melhor noite da minha vida", anunciou Ke$ha durante o Rock in Rio. A cantora também contou no palco que estava "completamente bêbada", após dar alguns goles em copos de cerveja. A principal música da noite, claro, foi o hit "Tik tok", o maior sucesso de Ke$ha.
Apesar de fazer da Cidade do Rock uma gigantesca danceteria, Ke$ha ficou perdida em uma noite com tantos artistas dedicados à soul music. Seu dance pop é divertidinho, mas vitimado pela curta discografia da cantora.
Nota: 8

Depois da balada promovida por Kesha, os instrumentos voltaram ao palco Mundo, no quarto dia do Rock in Rio com o groove do Jamiroquai, liderado pelo carismático Jay Kay. Nada memorável, mas um bom aquecimento. Assim pode ser resumido o show do Jamiroquai no Rock in Rio, na noite desta quinta.
A plateia - consideravelmente mais velha, em comparação com a do primeiro fim de semana - que esperava por Stevie Wonder, a grande atração da noite, pode dançar com gosto ao som do funk soul da banda inglesa, declaradamente influenciada pelo músico americano.
Com seu tradicional cocar, o britânico e sua banda mostraram seu funk, disco, rock, acid jazz e toda a mistura cheia de groove que já é esperada em seus shows. Com sucessos como Cosmic Girl, Canned Heat e Alright, o Jamiroquai segurou o público todo o tempo em sua mão.
Teve nessa tarefa o apoio de uma banda tão grande quanto afinada, incluindo três backing vocals e o indispensável naipe de metais para acompanhar a guitarra suingada e o baixo marcante.Os momentos mais animados, evidentemente, se deram nas canções conhecidas do público - como a dobradinha "Cosmic Girl" e "High Times", na primeira parte do show, e a ótima e pesada "Deeper Underground", antes da saída para o bis.
Infelizmente, a apresentação foi breve e os músicos encerraram com a mesma pontualidade do começo, deixando muitos fãs gritando por "Space Cowboy", um dos hits que ficou de fora.
Nota: 9

E que batam os tambores!! O Cara chegou! O mestre Stevie Wonder entrou no palco sendo ovacionado exatamente às 1h35 para uma verdadeira aula de como se faz um show de música ao público de 100 mil pessoas presentes na Cidade do Rock.
Ele abriu com uma versão de "How Sweet It Is (To Be Loved By You)", de Marvin Gaye. Em seguida, Wonder cantou o funk "My Eyes Don't Cry" e o reggae "Master Blaster (Jammin'). Depois, foi a vez de sua cover de "The Way You Make Me Feel", de Michael Jackson. Até aí, o show estava morno. O cantor pedia para o público acompanhá-lo, e poucos atendiam.
O astro cantou vários outros sucessos, dentre eles “Living For The City” e “Higher Ground”, que foi regravada pelo grupo Red Hot Chilli Peppers, que se apresentou no sábado passado no Rock in Rio.
Em seguida, veio o momento mais curioso da noite: Wonder chamou a seu lado sua filha e backing vocal Aisha Morris para cantar "Garota de Ipanema" - ou melhor, "Girl from Ipanema", já que a música foi interpretada em inglês. Tocar Tom Jobim em shows no Brasil é uma homenagem batida, mas a felicidade de Wonder era tão evidente que foi impossível não se emocionar, principalmente depois do público cantar a letra em português. O tributo ao Brasil ainda continuou com "Você Abusou", de Antonio Carlos e Jocafi, com Wonder cantando o refrão em bom português.
O repertório também ajudou, foram tocados sucessos como 'I Just Called to Say I Love You' e 'Supertition'. Nesta, o músico recebeu a participação especial de Janelle Monáe, que já havia se apresentado no palco e voltou a levantar o público da Cidade do Rock e conseguindo muitos aplausos.
Mantendo a linha amistosa, Stevie fechou a primeira parte da apresentação com um agradecimento caloroso. Ele deu as mãos a outros músicos de sua banda e desfilou pelo palco. Até aí pouco se sabia que não era o fim do show, mas o veterano foi convocado pelo coro da plateia a voltar e retornou, ainda ao lado de Janelle, para fechar o BIS com 'Another Star'.
Se a apresentação não começou tão bem, da metade para o final ela foi impecável, sendo umas das apresentações mais historicas de todo Rock in Rio.
Nota: 10000